quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Paulo Freire - O mentor da educação para a consciência

O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo

Márcio Ferrari (Márcio Ferrari)
Foto: Mauricio Nahas
Foto: Mauricio Nahas
Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra.
Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos. "Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade", escreveu o educador. Ele dizia que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.
Biografia
Paulo Freire nasceu em 1921 em Recife, numa família de classe média. Com o agravamento da crise econômica mundial iniciada em 1929 e a morte de seu pai, quando tinha 13 anos, Freire passou a enfrentar dificuldades econômicas. Formou-se em direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional para o magistério. Suas idéias pedagógicas se formaram da observação da cultura dos alunos – em particular o uso da linguagem – e do papel elitista da escola. Em 1963, em Angicos (RN), chefiou um programa que alfabetizou 300 pessoas em um mês. No ano seguinte, o golpe militar o surpreendeu em Brasília, onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Freire passou 70 dias na prisão antes de se exilar. Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, Pedagogia do Oprimido. Também deu aulas nos Estados Unidos e na Suíça e organizou planos de alfabetização em países africanos. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e, entre 1989 e 1991, foi secretário municipal de Educação de São Paulo. Freire foi casado duas vezes e teve cinco filhos. Foi nomeado doutor honoris causa de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de 20 idiomas. Morreu em 1997, de enfarte.
Aprendizado conjunto
Freire criticava a idéia de que ensinar é transmitir saber porque para ele a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. Mas ele não comungava da concepção de que o aluno precisa apenas de que lhe sejam facilitadas as condições para o auto-aprendizado. Freire previa para o professor um papel diretivo e informativo – portanto, ele não pode renunciar a exercer autoridade. Segundo o pensador pernambucano, o profissional de educação deve levar os alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta. Freire dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas. "Os homens se educam entre si mediados pelo mundo", escreveu. Isso implica um princípio fundamental para Freire: o de que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro – e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar. "Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo", diz José Eustáquio Romão, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.
Tempos de mobilização e conflito
Aula em Angicos, em 1963: 300 pessoas alfabetizadas pelo método Paulo Freire em um mês. Foto: acervo fotográfico dos arquivos Paulo Freire do Instituto Paulo Freire
Aula em Angicos, em 1963: 300 pessoas
alfabetizadas pelo método Paulo Freire em
um mês. Foto: acervo fotográfico dos arquivos
Paulo Freire do Instituto Paulo Freire
O ambiente político-cultural em que Paulo Freire elaborou suas idéias e começou a experimentá-las na prática foi o mesmo que formou outros intelectuais de primeira linha, como o economista Celso Furtado e o antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997). Todos eles despertaram intelectualmente para o Brasil no período iniciado pela revolução de 1930 e terminado com o golpe militar de 1964. A primeira data marca a retirada de cena da oligarquia cafeeira e a segunda, uma reação de força às contradições criadas por conflitos de interesses entre grandes grupos da sociedade. Durante esse intervalo de três décadas ocorreu uma mobilização inédita dos chamados setores populares, com o apoio engajado da maior parte da intelectualidade brasileira. Especialmente importante nesse processo foi a ação de grupos da Igreja Católica, uma inspiração que já marcara Freire desde casa (por influência da mãe). O Plano Nacional de Alfabetização do governo João Goulart, assumido pelo educador, se inseria no projeto populista do presidente e encontrava no Nordeste – onde metade da população de 30 milhões era analfabeta – um cenário de organização social crescente, exemplificado pela atuação das Ligas Camponesas em favor da reforma agrária. No exílio e, depois, de volta ao Brasil, Freire faria uma reflexão crítica sobre o período, tentando incorporá-la a sua teoria pedagógica.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Consciência Feminina X Impacto Ambiental

Minimizando o impacto causado pelo uso de absorventes descartáveis


Você já parou para pensar no lixo gerado pelo uso de absorventes descartáveis?
Uma mulher, durante seu ciclo reprodutivo, utiliza de 10 a 15 mil absorventes, que demoraram cerca de 100 anos para se decomporem.
Além disto, os absorventes descartáveis contém substâncias químicas nocivas a saúde da mulher. Muitas mulheres tem alergias e outros problemas por causa disto, mas na maioria das vezes nem se dão conta.
 O Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica desenvolveu os ABSORVENTES ECOLÓGICOS que prometem diminuir o impacto causado pelos absorventes comuns (descartáveis).
No Brasil poucas pessoas conhecem, são mais difundidos na Europa e EUA, onde existem mais consumidores para produtos ecológicos.
Absorventes Ecológicos
São absorventes reutilizáveis e biodegradáveis, produzidos em tecido de algodão. Tem abas que prendem na calcinha tão bem quanto um absorvente descartável. Duram de 6 a 10 anos, conforme o cuidado que se tenha.
Como usar?
É como um absorvente descartável, porém após utiliza-lo, deixar de molho na água por algumas horas (ou de um dia para o outro), sem sabão. Esta água rica em nutrientes pode ser utilizada para regar as plantas e assim você estará reciclando seu ciclo! Depois, você pode lavar direto ou deixar mais um pouco de molho na água e sabão (caso necessário). Para sair as manchas é só deixar quarando no sol com sabão de coco. Pode também ser lavado na máquina de lavar. O absorvente ecológico é como uma calcinha, e deve ser lavado com o mesmo cuidado. Para aumentar a durabilidade utilizar sabão neutro ou de coco e sabão em pó de coco. Não usar alvejantes, além de poluir a água você estará diminuindo a durabilidade de seu absorvente.
 

domingo, 1 de agosto de 2010

Sobre a Cultura Afro

  Para aqueles que se interessam pela nossa cultura afro brasileira, vai a nossa indicação de um site bem interessante.

Fundação Cultural Palmares - mantido pelo Ministério da Cultura, o portal é repleto de informações sobre a cultura afro-brasileira. Tem muitas notícias, dicionário de expressões afro-brasileiras e calendário de eventos.

Acessibilidade para os SURDOS

Telefone Público para Surdos no metrô Tietê em São Paulo


Telefone Público para Surdos é direito conquistado

O Telefone Público para Surdos é um direito que a comunidade surda no Brasil conquistou e permite que o surdo se comunique com amigos, familiares e empresas através do telefone.

O direito de ter o telefone público em rodoviárias, escolas, aeroportos, postos de saúde, metrô e outros locais é garantido pela Lei do Plano Geral de Metas e Universalização – PGMU, aprovado pelo Decreto 4.769 de 27 de junho de 2003, solicita que as operadoras de telefonia de cada estado instalem os Telefone Públicos adaptados.

Como funciona o Telefone Público para Surdo?

O Telefone para Surdos é um sistema de comunicação telefônico onde os surdos podem se comunicar com outras pessoas digitando suas mensagens em um teclado e visualizando em uma tela as mensagens enviadas e recebidas.

De todos os telefones públicos já existentes, pelo menos 2% deverão ser adaptados para cada uma das deficiências : visual, de audição e da fala e usuários de cadeiras de rodas.

Saiba como solicitar o Telefone Público para Surdo

Qualquer cidadão poderá solicitar a insatalação gratuita dos TTS em suas cidades, cada operadora de Telefonia (no estado de são Paulo, por exemplo é a Telefônica) deverá instalar, segundo alguns critérios como por exemplo disponibilidade de energia elétrica no local, orelhão público próximo para que o Telefone para surdos seja acoplado e o local onde será instalado precisa ser fechado, como por exemplo hospitais.

Como Dominar o Novo Acordo Ortográfico

Ao redigir algumas palavras, as vezes ficamos em dúvida quanto a sua escrita não é mesmo? Mas com este site umportugues.com, você poderá verificar se a palavra a ser usada está de acordo  com as regras do novo Acordo Ortográfico.
Nele há uma caixa para digitar o texto em questão e depois confirmar. Muito legal e útil. Confira.